quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Amil vence na categoria e fica em 7º no geral

Empresa trabalha para conseguir acompanhar a mente do CEO e, assim, apresentar projetos como o de gestão de paciente de alto risco

Fazer um raio X do setor de saúde no Brasil é complexo. Primeiro, pela dimensão do País e, depois, pelas particularidades e deficiências regionais. Mas, quando se parte para a iniciativa privada, observa-se um esforço grande para melhorar processos, informatizar e automatizar tudo o que for possível, tendo em mente um simples - mas difícil - objetivo: a satisfação do paciente. Na Amil Participações não é diferente. No grupo, que possui operadora, hospitais, ambulatórios e medicina diagnóstica, a TI trabalha forte para gerar projetos que agreguem valor ao dia a dia da operação.
Em 2009, o maior desafio e talvez o que tenha rendido ao grupo a sétima colocação no estudo As 100+ Inovadoras no Uso de TI, na visão do CIO, Telmo Pereira, foi a integração completa da área de saúde por meio de um projeto batizado de GPAC - gestão do paciente de alto risco. "É fazer com que o cliente passe pelos serviços médicos de forma integrada, acompanhar todos os procedimentos sem migrar base de dados", resume.
Parece algo simples, mas não é. A equipe de TI da Amil Participações vinha trabalhando no projeto desde julho de 2008. Em meados deste ano, a solução entrou em produção e a operação mesmo teve início em setembro último. Com isto, um funcionário da operadora pode acessar resultados de exames do paciente, marcar consulta ou internação na rede própria - tudo por meio de compartilhamento e um fluxo pré-determinado por tipo de doença.
O desenvolvimento do software ocorreu com ajuda de um parceiro terceirizado. A parte mais complexa, como Pereira lembrou, foi formatar o fluxo que cada tipo de paciente teria dentro da rede. Por exemplo, alguém com diabete tipo 1 em determinado nível precisa de atendimento X, exame Y e retorno em N dias. Era preciso descrever este tipo de caminho para diversos perfis, como hipertensos, que podem ter desenvolvido o problema por diversos fatores, como obesidade.
"Foi um projeto inovador e de integração, pelo qual acompanhamos o paciente do diagnóstico até a estabilização do quadro", explica. "O GPAC tem todo um trabalho de identificação patológica pelos programas de qualidade de vida, pelo primeiro contato ou ainda por meio de diagnóstico da empresa", detalha.
Para que o projeto fosse possível, houve um trabalho intenso de comunicação com as áreas de negócio e colaboração entre os três ramos da companhia. Pereira coordena os CIOs das divisões de operadora, serviços médicos (onde estão hospitais e ambulatórios) e medicina diagnóstica. São cerca de 150 colaboradores no total. O GPAC, além de dar mais segurança ao paciente que segue um caminho padrão dentro do plano, acaba, num segundo momento, gerando redução de custos, porque, com a abordagem adequada, é menos provável que esses pacientes precisem de internação ou tratamentos mais complexos.
Invadindo a mente do chefe
A integração por meio do GPAC realmente merece atenção por todo o suporte que garante aos pacientes de alto risco, mas a equipe de Pereira também está à frente de outros projetos, como o que visa à eliminação do papel na identificação do cliente. Em operação desde o fim de 2008, agora tudo é feito por meio da URA ou da plataforma web. "Ao ligar para marcar, já verificamos se o procedimento está liberado e o atendimento faz apenas uma rechecagem", avisa.
Entre a apresentação de um projeto e outro, o executivo, que conta com um orçamento de TI na casa de 2% do faturamento do grupo, estimado para 2009 em R$ 4 bilhões, frisa que a relação da TI com o negócio é extremamente importante. "A tecnologia da informação é conectividade, hardware, suporte; ela permite que as regras do negócio sejam mais fáceis." Para ele esta relação próxima vai além de conversas em reuniões. Pereira ensina que "o modelo é estar dentro da mente do CEO. Precisa estar ligado e dar o suporte necessário." Sem precisar o quanto do seu orçamento é destinado para inovação, o executivo garante que metade seria o essencial. "Não tem CEO que não esteja pensando em diferenciais. No ano que vem, lançaremos produto e o esforço para isto será grande."
Enquanto 2010 não chega, o executivo ressalta outro destaque entre os projetos que tocou neste ano. Trata-se da formação de uma espécie de junta médica para fechar diagnósticos complexos e, como a Amil Participações conta com hospitais em todo o País, esta comunicação pode ser por meio de teleconferência. "O projeto consiste em acessar todos os exames via portal e trocar ideias com outros médicos", comenta.
Os especialistas também podem consultar esses resultados pelo celular, notebook, conferindo mobilidade ao profissional, propiciando também a garantia de continuidade do atendimento mesmo quando está fora da base.
Recentemente, esta mesma publicação trouxe uma reportagem sobre o setor de saúde abordando principalmente a TI dentro dos hospitais. O diagnóstico foi de desafio intenso e que o caminho a ser percorrido pela área era de trabalho árduo. Alguns grupos conseguem se diferenciar, sobretudo os privados, por conta de gestores que acreditam no potencial tecnológico e no salto de qualidade que pode ser dado ao investir em inovação, colocando à disposição não apenas orçamento, mas possibilidade de capacitar pessoas.
No caso da Amil Participações, a boa colocação reflete o valor dado à TI e também insere a empresa no contexto de firmas que acreditam no processo de inovação. Como deduz Telmo Pereira, "empresa de capital aberto sempre tem de usar a TI para melhorar a qualidade e ter diferenciais."

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