segunda-feira, 31 de maio de 2010

Boa administração pode garantir sustentabilidade




Sustentabilidade hospitalar só pode ser alcançada por meio de estudos e estratégias administrativas


Administrar uma instituição hospitalar de forma eficiente e sustentável é um dos principais desafios para qualquer gestor do setor. De acordo com o reitor do centro universitário São Camilo, Padre Cristian de Paul de Barchifontaine, é preciso entender que hoje não se improvisa um administrador hospitalar, existem formações específicas na área que são fundamentais para o setor e para a sobrevivência das instituições de saúde, "também temos que entender que, quando falamos de sustentabilidade hospitalar muitos falam do SUS, ele, em si, não é rentável aos hospitais, sua remuneração não cobre gastos com procedimentos cirúrgicos, consultas e outros, além de pagar de forma irrisória" afirma o reitor.
Essa sustentabilidade se alcança por meio de estudos específicos para cada hospital, público, privado ou filantrópico, não há um padrão, cada instituição deve possuir critérios e análises financeiras mensais para saber como o hospital se mantém, e só assim estabelecer metas e estratégias para uma gestão eficiente. "Hoje temos também as organizações Sociais (OS), que são PPPs que é uma maneira de gerir um hospital, onde os recursos vem do governo e a gestão do setor privado, lembrando q, neste caso a gestão tem como linha mestra atingir metas estabelecidas pelo governo", completa Barchifontaine.
Atualmente, estudos feitos dentro dos hospitais para saber quais as melhores formas de se tratar os resíduos hospitalares e economizar recursos naturais. A parte hoteleira de um hospital também é uma peça chave da cadeia sustentável, uma vez que grande parte do consumo de energia, água e geração de lixo provém dos leitos.
O reitor afirma também que para uma boa gestão os hospitais devem buscar pessoal qualificado, porém, isso exige um custo elevado, "este processo faz parte de um círculo vicioso, pois se existe dinheiro para investir, serão contratados bons profissionais, hoje a palavra sustentabilidade deve ser ligada diretamente a qualidade" diz o reitor do centro universitário São Camilo.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

O "Monstro" chamado OPME



As Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME), têm, cada vez mais, comprometido os custos da assistência à saúde.O avanço tecnológico nessa área tem sido vertiginoso, especialmente em algumas especialidades como cirurgias de coluna, ortopédicas e endovasculares.Hoje, os pacientes participam da prescrição e definição da técnica a ser utilizada na cirurgia, pois são grandes usuários da internet, que têm todo o tipo de informação, e o leigo não sabe discernir o que é confiável do que não é. O médico precisa ser muito bem formado e seguro para impor suas indicações, perante as informações que o paciente já traz na primeira consulta após o diagnóstico.Não bastasse isso, os médicos são assediados pelas distribuidoras de materiais e fabricantes. Esses estão dentro dos centros cirúrgicos dos hospitais, oferecendo ao profissional, materiais que facilitam o seu trabalho, sem, no entanto, trazer a confirmação de sua eficácia para o paciente. Alguém paga essa conta, pois o material oferecido não é de graça.Alguns médicos, ainda, não só determinam a marca do material requisitado (o que pode ser entendido), mas exigem o fornecedor do mesmo (o que não pode ser justificado, uma vez que o material é o mesmo). O direcionamento a algum fornecedor impossibilita a compra do OPME pelo melhor preço, tanto pelo hospital como pela operadora de saúde.Somado a esse cenário, ainda as Operadoras de Saúde têm que se preocupar com a crise financeira mundial, que além do impacto pelo aumento do dólar em medicamentos, materiais e outros insumos, sofrerão a redução de vidas, pelo desemprego que já é premente.O custo de OPME corresponde a aproximadamente 10% do sinistro total das operadoras e em torno 20% do custo em internações, o que demonstra a importância do item na composição dos custos em saúde. Apesar de vários esforços na gestão desse custo, o peso do material especial na conta médica aumentou.Conforme dados da ANS (Caderno de informação de saúde suplementar 2008), o setor de saúde suplementar tem sofrido variação nos custos médios em internação em torno de 14% ao ano, desde 2002. Esse incremento nesse período certamente tem como grande responsável as órteses, próteses e matérias especiais. Face a todo esse panorama, as operadoras de saúde têm concentrado seus esforços em controlar os gastos com OPME. Existem várias modalidades de regular essa demanda como:

1. Analisar previamente à internação a requisição do uso de OPME e discutir com o médico solicitante alternativas menos onerosas, sem prejuízo ao paciente - análise essa feita por generalistas ou especialistas (esse último mais eficiente quando for necessário a discussão técnica).

2. Negociar os valores de materiais e taxas de comercialização mais baixas com os hospitais.

3. Comprar esses materiais dos fornecedores, com negociações por demanda, disponibilizando-os para a cirurgia sem a interferência do hospital (apenas pagando a taxa de "manipulação").

4. Estabelecer negociação com fornecedores, com custos mais baixos em troca de volume.

5. Comprar os materiais através de portais de cotação e concorrência.

6. Remunerar cirurgias por pacote, com o custo de OPME inclusos no valor.

7. Estabelecer protocolos de autorização baseados em Guide Lines já aprovados pelas sociedades e precificar os materiais previamente, negociando com o prestador de serviços.

8. Convidar os pacientes a se submeterem a consulta de segunda opinião.

Tenho certeza que todas as opções acima são (ou já foram) utilizadas pelas operadoras no mercado de saúde suplementar.Aliado a essas medidas, a ANS instituiu uma Câmera Técnica de Avaliação de Incorporação de Novas Tecnologias, que estuda não somente OPME, mas também novos exames e técnicas cirúrgicas.Quando uma Operadora de Saúde nega algum material de alto custo, mesmo que embasada tecnicamente, de imediato cria-se um problema para todos os protagonistas do sistema - paciente, médico, hospital, operadora e a empresa financiadora. Todos ficam descontentes ou desconfortáveis.Temos que nos unir e buscar a melhor alternativa para o paciente, garantindo o sucesso de sua cirurgia e o resultado proposto ao mesmo, mas tomando cuidado para que ele não perca esse benefício - que lhe é tão valioso - por impossibilidade de poder ser associado a algum plano de saúde.Pagar um bom plano de saúde individual é um luxo que poucos podem ter. Diante dessa perspectiva, todos devemos estar comprometidos em manter a saúde dos planos de assistência suplementar e o acesso aos mesmos à população em geral.Não resta dúvida que todos os envolvidos no sistema de saúde suplementar devem se unir e encontrar o melhor caminho para resolver essa questão. Assim, para incorporar alguma tecnologia a sua rotina, o médico assistente deve considerar:

1. Ter a certeza de que tal medicamento, equipamento ou material tem seu registro devidamente atualizado junto aos órgãos públicos responsáveis (ANVISA), e que tal registro esta de acordo com a utilização pretendida.

2. O risco que tal aparelho, técnica ou exame pode apresentar ao paciente se mal empregado.

3. A eficácia de tal proposta.

4. A efetividade.

5. Os benefícios assegurados ao cliente.

6. A qualidade e quantidade dos trabalhos realizados com tal indicação, assim como os resultados obtidos.

7. A relação Custo X Benefício.

8. A possibilidade do local aonde a nova tecnologia for aplicada, estar adequado à mesma.

As operadoras de saúde, antes de negar qualquer nova técnica, devem fazer a mesma avaliação.Os custos administrativos que todos arcam em torno desse assunto poderão ser revertidos para outras atividades que agregarão mais valor ao consumidor final - o paciente. O médico tem que justificar a solicitação do material, enviar vários fdocumentos e fazer várias ligações, além do desgaste emocional. O hospital tem que ter funcionários para enviar as solicitações às Operadoras de saúde e controlar as autorizações recebidas, e estas contratam verdadeiros exércitos para gerenciar esse custo. Ao final, quem sai realmente perdendo é o paciente; razão precípua da existência de qualquer sistema de saúde.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Esclarecimento TISS no que se refere à TUSS

ANS se pronuncia e fala das necessidades da TISS.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) fez alguns esclarecimentos sobre o preenchimento das guias de Troca de Informações em Saúde Suplementar (TISS) no que se refere à Terminologia Unificada em Saúde Suplementar (TUSS) como, por exemplo, deixa claro que a Associação Médica Brasileira (AMB) é a entidade autora e responsável pela elaboração da terminologia relacionada aos procedimentos médicos e ficará responsável pela indicação das inclusões, com seus respectivos códigos e descrições nos modelos estabelecidos, conforme a Instrução Normativa n.º 34, de 13 de fevereiro de 2009, e acordo firmado com a ANS.
Já à ANS cabe, por intermédio da Diretoria de Desenvolvimento Setorial (DIDES), disponibilizar os procedimentos em seu sítio eletrônico, após aprovação do Comitê de Padronização das Informações em Saúde Suplementar (COPISS) e da ANS.
Para a inclusão de novos procedimentos na TUSS, é imprescindível o encaminhamento, pelas entidades com essa atribuição, de formulário específico e padronizado à AMB, em respeito ao que está descrito no fluxo de inclusão de novos procedimentos na TUSS.
E ainda, a agência reguladora enfatizou que as regras de negócio em vigência para o pagamento de serviços devem ser respeitadas, inclusive no que concerne aos atributos dos procedimentos. Em relação à remuneração dos procedimentos baseados nas tabelas antigas da AMB, a ANS esclarece que a utilização dessas tabelas pelas operadoras de planos de saúde deve-se a uma questão contratual na qual a Agência não intervirá.
Cabe ao prestador que possuir tabela própria para pagamento de serviços realizar o relacionamento de suas tabelas com a TUSS procedimentos médicos.