segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A administração hospitalar e a acreditação


por Francisco Balestrin*

Os desafios de uma gestão hospitalar e seu reconhecimento são tema de artigo escrito pelo Vice presidente da ANAHP

"A ciência é feita de fatos, como uma casa é feita de pedras; mas uma acumulação de fatos não constitui uma ciência, como uma de pedras não faz uma casa", Henri Poincarè. Da mesma forma que um acúmulo de pedras não é uma casa, podemos refletir também que um acúmulo de profissionais, medicamentos e equipamentos tecnologicamente atualizados não constituem um hospital. O esforço institucional para transformar este conjunto de ações só toma forma e faz sentido quando empreendemos uma ação gerencial focada na qualidade e na segurança assistencial.

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De acordo com o Institute of Medicine (IOM) - dos Estados Unidos, em seu estudo Cruzando o Abismo da Qualidade: um Novo Sistema de Saúde para o Século 21 (Crossing quality chasm: a new health system for the 21st century) - um atendimento de qualidade deve sempre atender os seguintes preceitos: preocupar-se com a segurança do paciente; prover serviços de efetivos, com uso responsável dos recursos, evitando uso excessivo ou insuficiente. Além disso, manter a assistência focada no paciente, prover atendimento no tempo adequado e ser eficiente também fazem parte desta lista.

Um atendimento sem diferenças em função de características tais como gênero, etnia, condições sócio-econômicas ou localização geográfica também é um dos pontos mais importantes a serem considerados em um atendimento de excelência.

A maior parte das condições acima enumeradas não necessita de explicação, por serem de fácil percepção de todos nós. Porém, outras, sem um pequeno parêntese, não se tornam tão óbvias assim. Administrar um hospital e dar-lhe sentido técnico-operacional e econômico financeiro também é assim. Às vezes, para quem vê de fora, parece simples. No entanto, só quando se aproxima é que se percebe a enorme complexidade para dar nexo ao conjunto de ações e atividades e fazer com que sejam alcançados os objetivos descritos pelo IOM.

Um importante aliado no processo de orquestrar todas as inúmeras engrenagens que compõem a administração de uma instituição hospitalar é a Acreditação. Isto é, um processo de certificação, uma avaliação completa e objetiva de seus aspectos organizacionais, dos processos - sejam administrativos e também técnicos e operacionais - e, principalmente, de seus resultados assistenciais por uma entidade neutra, independente e especializada em qualidade.

Ao fim do processo, que pode durar até dois anos, a entidade acreditadora irá definir o quão de acordo está o hospital com os melhores padrões esperados. Um hospital Acreditado é garantia de que lá se pratica a melhor atenção médico hospitalar existente. Não devemos jamais confundir um grande e belo hospital com um hospital de excelência. Instituições de diferentes portes, sejam públicas ou privadas, podem ser acreditadas e, conseqüentemente, prover assistência de qualidade.

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), existem no Brasil aproximadamente 6,5 mil hospitais públicos e privados, com ou sem fins lucrativos. Destes, apenas 151 possuem algum tipo de Acreditação, de acordo com o periódico Observatório ANAHP (Associação Nacional de Hospitais Privados).

Atualmente entidades nacionais e internacionais atuam no país para acreditar hospitais. Atualmente, no Brasil existe a Organização Nacional de Acreditação (ONA). Os modelos internacionais são representados pela Joint Commission International (JCI), Accreditation Canada e National Integrated Accreditation for Healthcare Organizations (NIAHO).

Essas entidades certificam nossos hospitais como Instituições de classe mundial, aptas a receber não só pacientes nacionais, mas também um enorme fluxo de clientes internacionais, focados no turismo de saúde. A qualidade e a segurança assistencial é um dever de todos hospitais brasileiros.

*Francisco Balestrin - Vice-Presidente do Conselho Deliberativo Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Glosa ainda perturba operadoras e prestadores


por Saúde Business Web**

02/11/2010
Expert afirma que relacionamento entre operadoras de planos de saúde e prestadores de serviço não pressupõe idoneidade

A glosa ainda é um tema polêmico no que concerne à relação entre operadoras de planos de saúde e prestadores de serviço. Recentemente, pesquisa divulgada pelo Datafolha revelou que cerca de 90% dos médicos paulistas declaram sofrer interferência dos planos de saúde e mais da metade (52%) afirmou que isso ocorre em todos ou na maioria dos planos.

Em seu novo post, o expert do Saúde Business Web, Adriano Loverdos, aborda esse problema. "Não existe, no relacionamento entre operadoras de planos de saúde e prestadores de serviço, o pressuposto da idoneidade. Ao contrário, infelizmente."

Loverdos destaca também as implicações resultantes dos preços dos produtos escolhidos pelos médicos.

"Quem decide quanto custa o produto que o hospital vai comprar? O fornecedor ou a fonte pagadora?Reconheço que alguns (muitos) produtos custam caro, caro demais, mas não é apenas o hospital que deve lutar contra isso."

Confira o texto na íntegra aqui.

**As opiniões dos artigos/colunistas aqui publicadas refletem unicamente a posição de seu autor, não caracterizando endosso, recomendação ou favorecimento por parte deste Blog ou quaisquer outros envolvidos na referida publicação.