quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Modelo de remuneração: avança discussão sobre novo formato


Debate avança na ANS, mas para AMB o modelo de remuneração ainda não está "claro"

Estamos na fase de detalhar como isso vai acontecer e não de discutir se vai acontecer”, afirmou o gerente médico da Unidade de Perdizes do Hospital Israelita Albert Einstein , Ary Ribeiro sobre a discussão da mudança de modelo de remuneração. O executivo faz parte do grupo de trabalho sobre o assunto na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e participou do debate sobre o tema no 10º Fórum Anahp, promovido pela Associação Nacional dos Hospitais Privados, na manhã desta quinta-feira (14), em São Paulo.

De acordo com Ribeiro, a primeira rodada do grupo de trabalho já foi concluída e agora há a discussão em torno das diretrizes e rumos com as premissas para um novo modelo, etapa que deve estar concluída entre o final deste ano e o começo de 2011.

Com o debate avançado, Ribeiro apontou os possíveis impactos que a mudança do modelo de remuneração poderá ter na gestão do hospital. Segundo ele, os aspectos são: gestão efetiva de corpo clínico, avaliação criteriosa na incorporação de tecnologia, transparência nos dados e resultados, foco em ações de educação e prevenção, uso de guidelines para serviços de elevado custo e doenças crônicas, entre outros. O executivo ainda ressaltou a importância de se discutir com a indústria os materiais especiais e insumos de alto custo.

Profissionais

Apesar das discussões avançadas, sobretudo no que tange operadoras e hospitais, o debate especifico com a classe médica ainda é polêmico. Para o diretor da Associação Médica Brasileira (AMB), Florisval Meinão, não está clara a questão de remuneração para entidade.

“ É preciso ter algum mecanismo que determine o reajuste anual para os médicos”, contou o executivo, acrescentando que se comparado com a inflação do período desde a criação da ANS (2000-2010), ficou em 90% o reajuste dos planos individuais e 140% e os coletivos bem acima, alguns médicos tiveram a tabela reajustada enquanto outros ficaram com os valores congelados. Meinão explicou que em pesquisa da AMB, a média desse reajuste ficou em 60%, mas não é fácil de mensurar, uma vez que alguns contratos tiveram acréscimo e outros não.

O executivo falou que uma das dificuldades de discutir o assunto com os profissionais são formatos já adotados no passado. “Existe hoje na classe médica uma resistência em mudança no modelo de remuneração porque o que já veio foram coisas muito prejudiciais como os pacotes, por exemplo”.

Meinão acredita que a ANS deve regular também a questão de reajuste das operadoras com os médicos e diz que isso já está previsto na resolução normativa n º 71, apesar de não especificar critérios, sobre o tema , o representante da autarquia, Antonio Carlos Endrigo, disse que não cabe a Agência regular essa relação. Já Ribeiro, acrescentou que no grupo de trabalho não há a representação de uma entidade de classe , mas que essa integração deve acontecer em breve.


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