quarta-feira, 26 de maio de 2010

O "Monstro" chamado OPME



As Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME), têm, cada vez mais, comprometido os custos da assistência à saúde.O avanço tecnológico nessa área tem sido vertiginoso, especialmente em algumas especialidades como cirurgias de coluna, ortopédicas e endovasculares.Hoje, os pacientes participam da prescrição e definição da técnica a ser utilizada na cirurgia, pois são grandes usuários da internet, que têm todo o tipo de informação, e o leigo não sabe discernir o que é confiável do que não é. O médico precisa ser muito bem formado e seguro para impor suas indicações, perante as informações que o paciente já traz na primeira consulta após o diagnóstico.Não bastasse isso, os médicos são assediados pelas distribuidoras de materiais e fabricantes. Esses estão dentro dos centros cirúrgicos dos hospitais, oferecendo ao profissional, materiais que facilitam o seu trabalho, sem, no entanto, trazer a confirmação de sua eficácia para o paciente. Alguém paga essa conta, pois o material oferecido não é de graça.Alguns médicos, ainda, não só determinam a marca do material requisitado (o que pode ser entendido), mas exigem o fornecedor do mesmo (o que não pode ser justificado, uma vez que o material é o mesmo). O direcionamento a algum fornecedor impossibilita a compra do OPME pelo melhor preço, tanto pelo hospital como pela operadora de saúde.Somado a esse cenário, ainda as Operadoras de Saúde têm que se preocupar com a crise financeira mundial, que além do impacto pelo aumento do dólar em medicamentos, materiais e outros insumos, sofrerão a redução de vidas, pelo desemprego que já é premente.O custo de OPME corresponde a aproximadamente 10% do sinistro total das operadoras e em torno 20% do custo em internações, o que demonstra a importância do item na composição dos custos em saúde. Apesar de vários esforços na gestão desse custo, o peso do material especial na conta médica aumentou.Conforme dados da ANS (Caderno de informação de saúde suplementar 2008), o setor de saúde suplementar tem sofrido variação nos custos médios em internação em torno de 14% ao ano, desde 2002. Esse incremento nesse período certamente tem como grande responsável as órteses, próteses e matérias especiais. Face a todo esse panorama, as operadoras de saúde têm concentrado seus esforços em controlar os gastos com OPME. Existem várias modalidades de regular essa demanda como:

1. Analisar previamente à internação a requisição do uso de OPME e discutir com o médico solicitante alternativas menos onerosas, sem prejuízo ao paciente - análise essa feita por generalistas ou especialistas (esse último mais eficiente quando for necessário a discussão técnica).

2. Negociar os valores de materiais e taxas de comercialização mais baixas com os hospitais.

3. Comprar esses materiais dos fornecedores, com negociações por demanda, disponibilizando-os para a cirurgia sem a interferência do hospital (apenas pagando a taxa de "manipulação").

4. Estabelecer negociação com fornecedores, com custos mais baixos em troca de volume.

5. Comprar os materiais através de portais de cotação e concorrência.

6. Remunerar cirurgias por pacote, com o custo de OPME inclusos no valor.

7. Estabelecer protocolos de autorização baseados em Guide Lines já aprovados pelas sociedades e precificar os materiais previamente, negociando com o prestador de serviços.

8. Convidar os pacientes a se submeterem a consulta de segunda opinião.

Tenho certeza que todas as opções acima são (ou já foram) utilizadas pelas operadoras no mercado de saúde suplementar.Aliado a essas medidas, a ANS instituiu uma Câmera Técnica de Avaliação de Incorporação de Novas Tecnologias, que estuda não somente OPME, mas também novos exames e técnicas cirúrgicas.Quando uma Operadora de Saúde nega algum material de alto custo, mesmo que embasada tecnicamente, de imediato cria-se um problema para todos os protagonistas do sistema - paciente, médico, hospital, operadora e a empresa financiadora. Todos ficam descontentes ou desconfortáveis.Temos que nos unir e buscar a melhor alternativa para o paciente, garantindo o sucesso de sua cirurgia e o resultado proposto ao mesmo, mas tomando cuidado para que ele não perca esse benefício - que lhe é tão valioso - por impossibilidade de poder ser associado a algum plano de saúde.Pagar um bom plano de saúde individual é um luxo que poucos podem ter. Diante dessa perspectiva, todos devemos estar comprometidos em manter a saúde dos planos de assistência suplementar e o acesso aos mesmos à população em geral.Não resta dúvida que todos os envolvidos no sistema de saúde suplementar devem se unir e encontrar o melhor caminho para resolver essa questão. Assim, para incorporar alguma tecnologia a sua rotina, o médico assistente deve considerar:

1. Ter a certeza de que tal medicamento, equipamento ou material tem seu registro devidamente atualizado junto aos órgãos públicos responsáveis (ANVISA), e que tal registro esta de acordo com a utilização pretendida.

2. O risco que tal aparelho, técnica ou exame pode apresentar ao paciente se mal empregado.

3. A eficácia de tal proposta.

4. A efetividade.

5. Os benefícios assegurados ao cliente.

6. A qualidade e quantidade dos trabalhos realizados com tal indicação, assim como os resultados obtidos.

7. A relação Custo X Benefício.

8. A possibilidade do local aonde a nova tecnologia for aplicada, estar adequado à mesma.

As operadoras de saúde, antes de negar qualquer nova técnica, devem fazer a mesma avaliação.Os custos administrativos que todos arcam em torno desse assunto poderão ser revertidos para outras atividades que agregarão mais valor ao consumidor final - o paciente. O médico tem que justificar a solicitação do material, enviar vários fdocumentos e fazer várias ligações, além do desgaste emocional. O hospital tem que ter funcionários para enviar as solicitações às Operadoras de saúde e controlar as autorizações recebidas, e estas contratam verdadeiros exércitos para gerenciar esse custo. Ao final, quem sai realmente perdendo é o paciente; razão precípua da existência de qualquer sistema de saúde.

10 comentários:

  1. DIVULGAÇÃO DE PROCESSO SELETIVO

    Coordenador de OPME
    Experiência: Na área de compras ou auditoria em alguma instituição de saúde ou empresas afim.
    Conhecimento dos processos de compras de órteses, próteses e materiais especiais ou regulação. Facilidade em gestão e perfil focado em resultado. Habilidade em lidar com situações de pressão e excelente negociação.



    Empresa de saúde suplementar, visa identificar no mercado: profissional para o cargo acima descrito.

    Condições: contratação CLT, remuneração: R$ 6200,00 + T R R$ 13,00 + T.A. R$ 230,00 + Assistência médica e odontológica extensivas.

    O processo seletivo será conduzido pela consultoria Ribeiro e Brito.

    Contato: Psicóloga - Solange Ribeiro 2203-1127 / 2283-0643 / 8236-1222

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  2. Solange, para qual cidade é esta vaga?

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  3. BOM DIA GOSTARIA DE SABER COMO FAÇO PARA ENVIAR UM CV PARA ESTA VAGA?
    E GOSTARIA TBM DE SABER SE VC SABE ONDE POSSO FAZER UM CURSO AQUI EM SP DE OPME, SOU ENFERMEIRA COM PÓS GRADUAÇÃO EM AUDITORIA.
    QLQR COISA MEU CONTATO É :1197315495 E MEU EMAIL ALEMDALENDA55@YAHOO.COM.BR
    ATT, ENF TATIANE

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  4. Bom Dia Solange! O processo seletivo para esta vaga ainda está aberto! Sou farmacêutica, pós graduada em negócios (MBA) e trabalho em uma distribuidora com venda de stents coronários. Como faço para enviar meu currículo? Meu e-mail é paolinhalima@yahoo.com.br. Obrigada. Atenciosamente. Paola Lima

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  5. MEU NOME É DENISE E SOU ENFERMEIRA E GOSTARIA DE SABER COMO FAÇO ESTE CURSO PARA PODER ENTRAR NO MERCADO DE TRABALHO NESTA ÁREA.MEU EMAIL: DENISEPOLII@YAHOO.COM.BR

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  6. Eduardo,

    Poderia me dizer qual a fonte utilizada no levantamento da informação que as OPMEs correspondem a 20% dos custos hospitalares e 10% do sinistro total?

    Estou elaborando um trabalho e preciso muito associar esses números à uma fonte confiável como ANAHP ou ANS, por exemplo.

    Desde já agradeço.

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  7. Boa Noite

    Essa vaga pode ser preenchida por comprador especialista em OPME? Obs: Sem curso de pós graduação?

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  8. Estou com uma oportunidade para atuar como Comprador Jr (OPME), interessados por favor efetuem cadastro no vagas.com.br/v814078

    Comprador Jr. - OPME

    Conhecimento de toda rotina de compras de OPME
    Processo de Strategic Sourcing/Contratação de Serviços
    Relação e homologação de Fornecedores
    Negociação
    Relacionamento com clientes
    Rotinas normais do departamento de compras
    Bons conhecimentos em Excel
    Vivência na área da saúde / hospitalar será vista como diferencial.
    Local de trabalho: Bairro Jaguaré (Av. Jaguaré, 818 -São Paulo - SP), das 9h as 18h
    Benefícios: VR, VA, VT ou estacionamento, Assistência Médica e Odontológica, Seguro de Vida e PLR anual

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  9. Excelente publicação.
    Gostei muito, contribuiu para uma pesquisa da minha especialização.

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  10. Este comentário foi removido pelo autor.

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