segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Panejamento 2010 - Saúde Suplementar

Uma das tarefas mais complexas na gestão da saúde é o planejamento, que além da dinâmica da própria atividade, que transitam das novas tecnologias às novas patologias, requer atenção especial com as questões econômicas.
Quando ocorre a desvalorização do real, começa a “gritaria” para o reajuste de preços dos insumos, sustentado pelo discurso da utilização de diversos componentes importados, que vão desde reagentes até reposição de peças.Mas nas oportunidades em que o real é valorizado não se percebe o movimento contrário, ou seja, redução de preços.
As ações sobre a variação do câmbio levam em conta importantes segmentos produtivos e não tem o mesmo efeito/impacto na assistência médica, por tratar-se de consumo interno.
A taxação dos investimentos estrangeiros com incidência do IOF tem como meta proteger os segmentos exportadores em que, estabilizando o câmbio, à priori não tem repercussão. Contudo, a desvalorização do real, como intenciona o governo, poderá ser novamente causa de aumento dos custos.
Outro fator importante é a dependência da saúde suplementar em relação ao nível de emprego, já que o segmento tem quase 80% dos usuários em contratos coletivos. Contudo, pelas últimas avaliações do mercado, também será preciso considerar, além da quantidade, a ‘qualidade deste emprego’ e o valor da sua remuneração, que nos últimos meses vem sofrendo redução.
Esta questão tem efeito direto, seja na condição de consumidor individual, seja do contrato coletivo, em que o contratante exercerá pressão ainda maior por assistência médica de menor preço, a partir da relação do custo do benefício com a folha de pagamento.
Certamente para muitos gestores estas observações não são novas, mas o propósito é chamar atenção para a necessidade de rever os modelos e matrizes que traduzem dados e expectativas macro econômicas para o ambiente micro econômico, agregando leitura atualizada e contemplando aspectos sócio econômicos no ambiente pós crise financeira, com as alterações provocadas não só internamente, mas externas também.
O que temos assistido é o crescimento no número de beneficiários e o decréscimo do número de operadoras, que por dificuldades econômicas e financeiras deixam de operar no mercado e em diversas situações deixam como herança passivos a serem resolvidos.
Um cenário que sugere a necessidade de revisão geral do modelo de gestão, inclusive do agente regulador (ANS), que já anunciou que irá perseguir padrões internacionais de gerenciamento de risco para a regulação da solvência. Traduzindo: exigirá capital e investimento em novas atividades por parte das operadoras, com impacto direto no custo da saúde suplementar.(FONTE: SAÚDE BUSINESS WEB)